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Poo 4o. Pilar: Abstração

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O conceito de Abstração é o pilar final da Programação Orientada a Objetos e tem como objetivo esconder os detalhes complexos de implementação de um objeto, expondo apenas as partes essenciais para o usuário. Esse processo permite que trabalhemos com sistemas de forma mais simples e organizada, focando apenas no que é realmente necessário para o funcionamento de uma classe ou objeto.

Com a abstração, podemos definir interfaces ou classes abstratas que descrevem o comportamento esperado de um grupo de objetos, sem se preocupar com os detalhes específicos de implementação. Esse conceito torna o código mais flexível e fácil de manter, pois podemos criar novos objetos baseados na mesma interface sem precisar alterar o restante do sistema.

Por que a Abstração é Importante?

A abstração é essencial no desenvolvimento de software porque ela nos permite trabalhar em um nível mais alto, escondendo a complexidade dos detalhes de implementação e focando apenas no comportamento essencial. Isso simplifica o design, manutenção e expansão dos sistemas, garantindo que apenas as informações relevantes sejam expostas, deixando os detalhes internos encapsulados.

Ao aplicar a abstração, conseguimos criar sistemas modulares, onde as partes internas podem ser alteradas ou aprimoradas sem impactar o resto da aplicação. Vamos ver algumas situações reais onde a abstração é amplamente usada:

  1. Sistemas de Pagamento em e-commerce: Imagine um sistema que lida com diferentes métodos de pagamento (cartão de crédito, PayPal, boleto, etc.). Podemos criar uma interface comum que define o comportamento essencial de um método de pagamento, enquanto as classes concretas implementam cada tipo de pagamento específico. Assim, se precisarmos adicionar um novo método no futuro, basta criar uma nova classe que implemente a interface, sem alterar o restante do sistema.
  2. Operações de Banco de Dados: Abstrair o acesso a diferentes bancos de dados (SQLite, MySQL, SQL Server) pode permitir que um sistema se conecte a múltiplos bancos sem alterar o código de negócios. Com isso, conseguimos mudar o tipo de banco de dados ou adicionar um novo suporte sem tocar em outras camadas da aplicação.
  3. Interfaces de Usuário (UI): Em aplicações desktop e mobile, a abstração pode ser usada para criar interfaces genéricas de usuários. O comportamento básico de uma tela pode ser definido em uma interface, enquanto implementações diferentes lidam com especificidades para Android, iOS ou Windows. Isso permite criar uma única lógica de interface que funciona em várias plataformas.
  4. Processamento de Pedidos em um ERP: Em um ERP, o módulo de pedidos pode ser abstrato o suficiente para permitir que diferentes tipos de pedidos (vendas, compras, devoluções) sigam a mesma lógica base, mas com detalhes específicos implementados em subclasses. Isso facilita a adição de novos tipos de pedidos sem modificar o núcleo do sistema.

Esses exemplos demonstram que a abstração não só simplifica o desenvolvimento, mas também torna os sistemas mais adaptáveis e escaláveis.

O que veremos a seguir?

Agora que entendemos a importância da abstração, o próximo passo será revisar a série completa, amarrando todos os pilares da Programação Orientada a Objetos e discutindo como aplicar esses conceitos em projetos reais, com exemplos práticos e dicas para usar essas técnicas no desenvolvimento Delphi.

Exemplo Prático em Delphi

Vamos criar um exemplo em Delphi de abstração utilizando uma interface para pedidos. Vamos definir uma interface para um pedido, e duas classes que a implementam de maneiras diferentes.

Interface para Pedido:

Classe Pedido Padrão:

Explicação do Exemplo

Neste exemplo, criamos a interface IPedido, que define três métodos essenciais para qualquer pedido: AdicionarProduto, CalcularTotal, e FinalizarPedido. A classe TPedidoPadrão implementa essa interface e contém a lógica básica para calcular o total de um pedido e finalizá-lo.

Essa implementação permite que outras classes possam usar a interface sem precisar conhecer os detalhes internos da classe TPedidoPadrão. Por exemplo, uma classe de pedido especial pode implementar a mesma interface com regras de desconto, sem precisar alterar o restante do sistema.

Agora vamos criar uma segunda classe que também implementa a interface IPedido, mas de uma maneira diferente. Essa classe vai adicionar uma funcionalidade de desconto no pedido, que será aplicada ao valor total. Essa abordagem ilustra como diferentes implementações da mesma interface podem coexistir, oferecendo comportamentos distintos.

Classe Pedido com Desconto:

Explicação do Exemplo

  1. Classe TPedidoComDesconto:
    • Essa classe implementa a interface IPedido, mas com uma lógica adicional de desconto. Um novo método AplicarDesconto foi adicionado, que permite reduzir o valor total do pedido.
  2. Método AplicarDesconto:
    • Este método recebe o valor do desconto e o aplica ao total do pedido. A lógica inclui uma verificação para garantir que o desconto não seja maior que o valor total, lançando uma exceção se essa regra for violada.
  3. Método CalcularTotal:
    • O método CalcularTotal retorna o valor total subtraindo o desconto aplicado, diferentemente da classe TPedidoPadrão, onde o desconto não é considerado.
  4. Tratamento de Exceções:
    • Implementamos tratamento de erro no método AplicarDesconto para garantir que a lógica de negócios seja respeitada, impedindo que o desconto ultrapasse o valor do pedido.

Uso das Classes:

Agora, vamos ver como podemos usar ambas as classes (TPedidoPadrão e TPedidoComDesconto) no mesmo código:

Conclusão

A abstração, como vimos, é um pilar fundamental da Programação Orientada a Objetos, permitindo que desenvolvedores criem sistemas modulares e fáceis de manter. Ao ocultar os detalhes complexos e focar no comportamento essencial, conseguimos criar código mais limpo e escalável, com menos acoplamento entre as partes. No exemplo prático, mostramos como podemos criar diferentes implementações para uma mesma interface, ilustrando como a abstração facilita a reutilização e a expansão dos sistemas.

Revisão Geral dos 04 Pilares

  1. Encapsulamento: Protege os dados e restringe o acesso a eles, expondo apenas o necessário por meio de métodos públicos. Ele garante que o estado interno de um objeto só possa ser alterado de maneira controlada, proporcionando maior segurança e organização. Exemplo: controlando o acesso aos dados de um pedido.
  2. Herança: Permite criar novas classes baseadas em classes existentes, promovendo o reuso de código. Isso facilita a criação de sistemas extensíveis, onde funcionalidades comuns são centralizadas e especializações são feitas em subclasses. Exemplo: TPedidoOnline e TPedidoPresencial, ambas herdando de uma classe TPedido.
  3. Polimorfismo: Proporciona flexibilidade, permitindo que objetos de diferentes tipos sejam tratados de maneira uniforme. Isso permite que métodos sobrecarregados ou sobrescritos ofereçam comportamentos diferentes com a mesma interface. Exemplo: usando diferentes tipos de cálculo de frete para pedidos.
  4. Abstração: Ajuda a esconder a complexidade e se concentrar nos aspectos mais importantes, como comportamentos e regras de negócio, sem se preocupar com a implementação interna. Exemplo: criar uma interface genérica IPedido para diferentes tipos de pedidos em um ERP.

Esses pilares trabalham juntos para criar software robusto, extensível e fácil de manter. Nos próximos artigos, esses conceitos serão explorados em profundidade para mostrar como aplicá-los no dia a dia de projetos reais.

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Adriano Santos

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